segunda-feira, 17 de junho de 2013

As coisas não caem do céu.

O título é parte de uma música de autoria do Leoni, mas queria te convidar inicialmente pra viajar com “O Rappa”, na música “Na frente do reto”. Vamos?

Oh! Oh! Oh! Oh! Oh! Oh!
Oh! Oh! Oh!
Oh! Oh! Oh!
Oh! Oh! Oh! Oh! Oh! Oh!
Oh! Oh! Oh! Oh! Oh! Oh!
Oh! Oh! Oh! Oh! Oh!
Oh!
O show tá começando
O show tá começando...
Anote tudo que puder
Anote tudo que ver
Não se sabe o que sucede
O que pode acontecer...
...
O seu banco afundou
Tu foi demais!
Tu rodou, tu rodou...
A ligação desse início da música representa grande parte dos acontecimentos dos últimos dias, acho que da última semana, e de hoje. Representa o show dado pela sociedade no país inteiro com protestos contra um aumento de R$ 0,20 (R$ 3,00 pra R$ 3,20? Pô! Assim não...kkk) em passagens de ônibus e agora por “tudo”. Representa o monitoramento feito pelos manifestantes sobre toda represália que estão sofrendo. Representa a dúvida de “até onde isso vai chegar?” E, finalmente, a possibilidade de um retorno dos piores possíveis aos políticos envolvidos nesse “protesta tudo” que está acontecendo.

Amigo político, tu rodou!

Se o capitão Nascimento fosse fud&%# mesmo, entraria em rede nacional agora e diria a todos os políticos: Senhores, podem apertar os vossos tob$@ porque agora “a coisa” vai mudar! Peçam pra sair, senhores, porque o país não vos pertence mais!

Milhares de pessoas estão se mobilizando por todo o país para protestar contra tudo. Sim, os protestos são gerais, é contra tudo que foi e continua sendo nocivo ao país, e esse tudo tem sua origem central na política. Na verdade, em quem a pratica. Os políticos, ruins ou bons, estão agora na condição medíocre da incompetência.

Essa incompetência política tenta ser traduzida em dois resumos: atuação equivocada da polícia na repressão às manifestações, e atitudes medíocres de manifestantes como pichações, depredação, gritos de “ai”, entre outras. 

Todo conflito tem equívocos, assim como toda ação tem uma reação. Agora, o importante é que o conflito incomoda. Muda a inércia, tirando, seja lá o que for, do repouso absoluto ou do movimento constante em uma só direção.

Especificamente sobre os conflitos gerados pelas manifestações poderíamos fazer algumas perguntas, para analisar as condições dos lados envolvidos.

 O que você faria se fosse responsável pela ordem de um local e visse alguém pichando um ônibus nesse local?

Você falaria para a pessoa: ”Sr. pichador, favor paralisar a sua ação no momento. Vamos tentar limpar o que o sr. fez? Eu trouxe para o sr. uma latinha de thiner/aguarrás para que o sr. tente remover essa tinta jogada em excesso em nosso veículo que é um patrimônio que preciso defender.” Ou você desceria a borracha no fdp? Dependendo do sr., “meu amigo”, às vezes só borracha resolve...

Do outro lado, se estivesse protestando e visse um batalhão vindo em sua direção, fazendo a “limpa” nas pessoas à sua frente, “descendo a borracha na galera” e achasse por acaso no seu bolso uma pedrinha, o que você faria?

Você a pintaria nas cores da bandeira do Brasil e daria aos policiais, convidando-os para algum jogo da copa das confederações ou jogaria neles? Pra se defender, se pudesse, com certeza jogaria um ônibus!

Nenhum deles está totalmente certo, e nenhum deles também está totalmente errado. Em verdade, algumas pessoas estão proclamando a liberdade ao país com muita motivação pra isso, debaixo de uma “repressão animal”, resultando num incômodo incalculável para os governos, Federal, Estadual e Municipal. Com certeza os representantes dessas esferas estão “com as barbinhas de molho”.

Em resumo, vendo esses acontecimentos, eu fico perdido em sentimentos. Na verdade, nem sei mais o que é sentimento (peço “desconto”, pois já tive uma lesão cerebral). Tanta coisa na cabeça. Raiva, orgulho, vontades, motivação, leituras, vontade de gritar, vontade de chorar, pensamentos de “pqp, por que não consigo fazer nada pra mudar meu país?”, ou de “pqp, o que o país ganha com um cara como eu?”, ou também de “pqp, vai mudar coisa pra car#$%@!”, com adição de “pqp, a gente poderia ser mais organizado”, ou de “pqp, e se ninguém fosse votar nas próximas eleições?” Felicidade com a proximidade de conquista do mundo (Brasil)... Felicidade com lembranças de músicas que são sensacionais justamente por nos chamar à reflexão da necessidade de mudanças e por estar bem próximo de vê-las .

Trechinho de Renato Russo – “Quando o sol bater na janela do teu quarto”: “Até bem pouco tempo atrás poderíamos mudar o mundo, quem roubou nossa coragem?”

Trechinho de Gabriel o pensador – “Até quando?”: “Muda que quando a gente muda o mundo muda com a gente. A gente muda o mundo na mudança da mente. E quando a gente muda a gente anda pra frente. E quando a gente manda ninguém manda na gente!”

Na perdição de sentimentos, tenho pelo menos a satisfação em saber (mesmo ainda permanecendo inerte) que alguns brasileiros estão “lá fora” lutando pelo meu bem-estar e pela minha liberdade, e eles podem determinar a prosperidade da minha vida, fazendo, por exemplo, com que possa ter minha saúde garantida ou sendo cuidada ao extremo da qualidade, se alguma circunstância da vida me levar a ficar doente. Ou fazendo com que eu não tome um “balaço na cabeça” por conta de um celular que já dei ao bandido pra atender o pedido do seu assalto. Ou fazendo com que eu não seja amarrado e queimado porque tenho somente R$30,00 na carteira e “ele” precisa de mais pra comprar a fdp da droga que o Estado não consegue nem minimizar a entrada “por aqui”. Ou fazendo com que eu não tenha o desprazer e a humilhação de ser representando por uma pessoa condenada na justiça. Ou fazendo com que não aconteça comigo uma série de coisas que se eu ficar pensando meu cérebro não vai dar conta de manter minhas funções vitais ao mesmo tempo.

Esses brasileiros estão ensinando ao país que nós podemos mudar tudo, se nos determinarmos a isso e fizermos agora o que temos que fazer!