segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Vida, um só significado.

Faz mais ou menos umas 2 (duas) semanas que ouvi, numa mesa de bar, um poema basicamente sensacional. Minha afilhada Letícia, esposa do mais antigo amigo Fábio Roberto, recitou, do mais profundo do seu ser, o poema que segue:

- Vida, vida, vida, vida, 4 palavras. Vida, 4 letras. Vida, um só significado. Vida!

Pelo poema, dá pra perceber que Letícia tem uma sensibilidade aguçada, com técnica lingüística apurada e total domínio das “milhares” de figuras de linguagem da língua portuguesa.

Eu disse pra ela que esse poema merecia ser publicado e que iria, no meu humilde blog, tentar dar uma força pra divulgar seu trabalho.

Ainda bem que a Letícia escolheu ser enfermeira e “toca” a vida cuidando de ser o melhor possível na profissão que escolheu. Espero que continue assim...

A palavra "vida" no poema tem, para cada ser humano, um significado diferente. Cada um tem sua maneira de ver uma “coisa básica” que é a vida. Tem gente que vê a vida como uma oportunidade de crescer, de conquistar sonhos, de ajudar pessoas; como um passaporte para um tal de paraíso, como um tempo de evolução espiritual, assim como tem gente que também não enxerga m$#@* nenhuma. O certo é que nada é certo na vida.

Não consigo imaginar, por exemplo, como um pai, que passa a virada do ano desejando para seus filhos um ano novo sensacional, que tudo se realize, que todas as melhores coisas do universo aconteçam na vida deles, consegue continuar enxegando a vida quando uma mega-chuva, quem vem lá do céu, de um lugar onde ele tem como referência uma "morada divina", acaba com sua casa, seus móveis, sua família.

Eu acredito que não haja possibilidade de enxergar mais nada. Talvez a única motivação que leve uma pessoa assim a continuar vivendo seja o medo de perder a própria vida. Quando alguma tragédia, como as causadas pelas chuvas, “cai no colo” de uma família, é pra desabar - às vezes de vez - a vida. Dali pra frente, não se tem mais nenhum valor a casa que desabou, as roupas ou o carro destruído. O que se nota na verdade é quem se foi. O que se nota é uma vida que deixou de existir. O resto, com toda certeza, tem possibilidade de voltar, mas só o resto.

Alguns acontecimentos como esse explicam porque estamos e estaremos sempre em busca dos 100% do viver. A vida é sensacionalmente dotada de altos e baixos, e o segredo de chegar muito próximo dos 100% deve estar em entender cada acontecimento, cada fase, como um desafio pra tentar se manter de pé. 100% nunca será um estado, mas sim uma meta.

Recebi um e-mail que fala um pouco sobre “modo de vida”, não como uma fórmula que dá certo, mas como uma boa dica, pra quem tem a meta dos 100% do viver. É sempre bom ter referências assim.

Dá uma olhada:

"Crie filhos em vez de herdeiros."

"Não deixe que o trabalho sobre sua mesa tampe a vista da janela."

"Não é justo fazer declarações anuais ao Fisco e nenhuma para quem você ama."

"Para cada almoço de negócios, faça um jantar à luz de velas."

"Quantas reuniões foram mesmo esta semana? Reúna os amigos."

"Trabalhe, trabalhe, trabalhe. Mas não se esqueça, vírgulas significam pausas..."
"Não eduque seu filho para ser rico; eduque-o para ser feliz. Assim, ele saberá o valor das coisas, e não o seu preço."

O resumo da mensagem do e-mail é simplesmente não deixar a rotina consumir você por inteiro e dar importância, para o que realmente importa: as vidas que fazem parte da sua.
Já encontrei gente nesse começo de ano falando assim:
- Nossa, Janeiro já tá acabando. Tem só mais onze meses pra acabar o ano!
Pqp!

Mesmo vendo a vida tentando ser explicada de uma forma sensacional em músicas como Azul da Cor do Mar, do Tim Maia, que diz que quem sofre sempre tem que procurar ter um sonho todo azul, eu ainda acho que em determinadas situações, a vida será explicada pelo seu único significado, que é a própria vida. E todo mundo, de uma forma ou de outra, vai encontrar uma razão, ainda que nem sempre especial, para viver, rumo aos 100%.